Thomás Zicman falará para “Mutações: a sensibilidade e a construção do mundo” nos dias 21 e 22 de agosto, no Rio de Janeiro e em São Paulo respectivamente.
Pensa-se que a oposição entre religião e política – nota Zicman – é sempre válida e, portanto, desejável; que a religião, como matriz de certezas, determina a ordem estamentada, de modo a ameaçar a democracia. Não haveria momentos em que a religião teria desempenhado papel politicamente positivo; emancipador e inclusivo mesmo?
No século 16, reformava-se a Basílica de São Pedro, e para tanto a Igreja recebia doações – em troca de indulgências. Johann Tetzel, frade destacado para recolher doações na região da Mogúncia, dizia mesmo que “assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do Purgatório”.
Martinho Lutero, que se posicionou contra esse mercado e escreveu as “95 teses”, foi por isso excomungado da Igreja Romana. Estava marginalizado do Sacro Império Romano Germânico.
Lutero defendia que a fé, e somente ela, poderia salvar dos pecados. Não há nisso um caráter emancipador e inclusivo?