O professor Oswaldo Giacoia falará para “Mutações: sensibilidade e construção do mundo” nos dias 22 e 23 de agosto, no Rio de Janeiro e em São Paulo respectivamente.
Segundo Nietzsche, cada um dos atributos humanos – ensina Giacoia – padereceria de uma vaidade que resultaria na ideia de que ele não é só um meio como um fim. Desse modo, razão, intelecto, corpo e sensibilidade disputariam a proeminência entre si, enquanto o que há é uma constante passagem de um a outro e mais outro… Por isso, num ensaio em que Nietzsche explica porque é tão sagaz ele trata do equilíbrio do ar, da luminosidade, da umidade, do trabalho, do repouso, do lazer… Isso funcionaria como uma fisiologia aberta e, ao mesmo tempo, única em que um perfume poderia causar um desequilíbrio ou, pelo prazer que proporciona, um equilíbrio. Nietzsche vai além quando, em poesia, compara sua alma a um alaúde tocado por uma mão invisível.
E se fosse possível ao homem unificar suas camadas estabelecidas por milênios de cultura? Ter acesso a tudo o que nele provoca o mais sutil equilíbrio?
É difícil sequer de imaginar.